Um Amor Inocente

         Eu comecei a me apaixonar muito cedo, com 12 anos o meu caderno de escola era repleto de corações e frases de música. É claro que eu não entendia muito do assunto, não sabia nem aonde eu estava me metendo. Só sabia que eu ia sentir um frio na barriga, isso era certeiro.
          Claro que com o tempo eu fui crescendo, e vi que se apaixonar era bem mais complicado do que sentir um frio na barriga. E isso eu só vim descobrir depois da minha primeira decepção. Calma, não estou dizendo que se apaixonar é sinônimo de se decepcionar. Ta, na maioria dos casos é sim. Mas assim como pode virar decepção, também  pode se tornar um grande amor.
           Eu era esse tipo de garota que se apaixonava por um simples "como foi seu dia?". Sim, a carência de vez em quando tomava boa parte do meu tempo. Sabe aquelas meninas que guardavam o papel de bala, só por que ganhou do carinha que ela gosta? Então, era eu. Era mais um conto de fadas do que uma paixão, na verdade acho que sempre foi.
           Com os anos claro que amadureci a forma de amar. Mas com o tempo isso tudo foi se tornando tão clichê, eu não sei, talvez eu esteja sentindo na pele aquela historia de que quando ficamos mais velhos, perdemos a vontade de fazer muitas coisas. No meu caso eu perdi a vontade de me apaixonar. Eu não estou dizendo isso como justificativa de eu estar sozinha até hoje. Estou dizendo que começar tudo de novo do zero me causa um pouco de desinteresse, sono.
             Claro que sempre devemos nôs dar uma nova chance, recomeços sempre fazem bem. Mas no meu caso, eu me sinto bem assim. Também sinto falta daquela menina de 12 anos que sentia frio na barriga só de emprestar um lápis. Mas sabe, acho que ela não sobreviveria nos tempos de hoje. Esse mundo de desinteresse não foi feito para ela, então é melhor deixa-la guardada. E talvez com a pessoa certa, ela resolva aparecer e me mostrar novamente como é se apaixonar. Mas enquanto essa pessoa não aparecer, eu prefiro priva-la de perder essa inocência sobre o amor.

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